quarta-feira, 23 de julho de 2014

MARES DO SUL

Feliz, alegre, deslizando nas ondas de espumas branquinhas de água morna pelos mares do sul, nadava calmamente quando entre pulo e outro, podia admirar o astro rei, que dominante em céu de brigadeiro, iluminando a todos, parecia nutri-lo com toda energia. 
Um peixinho não dourado mas nem por isso menos valioso. 
Esteve por muitos anos em mares gelados do hemisfério norte, lugares às vezes escuro é verdade, mas também de águas claras e cristalinas onde não turva a visão, podendo fazer o caminho mais curto e certeiro.
Era feliz por onde vivia e nunca tivera a pretensão de ser um tubarão. 
Quanto maior o seu querer maior a sua responsabilidade. 
E viver feliz, apenas mergulhando livre por ai, é tudo que se quer.
A vida era boa por lá. Os perigos pareciam menores. Podia nadar de costas com a barriga para cima.
Adoro a vastidão desse oceano profundo. 
É viajar sem barreiras, sem limites, rumo ao infinito, onde o silencio só não é melhor do que o canto da sereia. O canto é perigoso mas a ilusão é parte da vida de todos os seres....
A vida nos traz surpresas,
Vivi também em águas paradas, em lugar de tamanho limitado, servindo de atração para muitos. 
Mas havia alimento por ali e todos os perigos pareciam não existir mais, trazendo uma certa tranquilidade, a não ser o medo de um choque elétrico que poderia causar a minha morte, caso encostasse em um fio que era responsável pelas borbulhas de oxigênio artificial para me manter vivo. 
Certa vez esse lugar se quebrou e me lançaram em um rio para me manter vivo.
Não era de água limpa, nadei entre pedras e coisas não dignas de um riacho por menor que seja. 
Mesmo nadando contra a correnteza, tinha a certeza que toda a água corre para o mar. Nunca me esqueci disso mesmo quando não podia enxergar uma barbatana adiante dos meus olhos. 
É quando a água esta marrom, manchada e todos os caminhos parecem iguais. 
A fé é ver ali a solução de sua necessidade materializada e de carona nas correntes das águas, entrei em mar aberto.
Depois de muito tempo protegido dos perigos, tive medo.
Mas em um piscar de olhos, aquele infinito estava ali, bem adiante de mim, e convidado a fechar os olhos e deslizar, pronto, mergulho nesse infinito azul novamente...




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